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A
DEPRESSÃO E O APOIO DA FAMÍLIA
(continua)
FORMAS
DE APOIAR UM MEMBRO DEPRIMIDO DA FAMÍLIA
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Tente manter um relacionamento o mais normal possível
-
Reconheça que a pessoa está sofrendo
-
Não espere simplesmente que a pessoa “melhore repentinamente”
-
Envie esforços para que a pessoa decida se tratar e melhorar
-
Demonstre afeição, ofereça palavras reconfortantes e faça elogios
-
Mostre que você respeita e valoriza a pessoa
-
Ajude a pessoa a manter-se ocupada, um membro ativo da família
-
Não critique, atormente ou censure a pessoa por seu comportamento deprimido
-
Não
diga ou faça qualquer coisa que, em sua
opinião, poderia piorar a imagem pouco
satisfatória que a pessoa já tem de si
mesma.
-
Leve
a sério qualquer conversa sobre suicídio
e notifique o fato imediatamente ao médico
ou ao profissional responsável.
E
SE A PESSOA DEPRIMIDA NÃO QUISER SER AJUDADA?
Geralmente,
pedir ajuda é difícil, especialmente em
se tratando de pessoas deprimidas que podem
sentir-se culpadas e pensar que “já causaram
problemas o bastante”. Por outro lado, as
pessoas deprimidas às vezes se vêem tomadas
por uma sensação de desesperança que as
fazem parar de procurar ajuda, pensando
“porque incomodar, nada fará nenhuma diferença”.
Uma vez mais, compreensão e educação são
os fundamentos de uma abordagem positiva.
Ofereça aos familiares de um deprimido acesso
para obterem informações sobre depressão
e seus tratamentos. Eles podem não ter idéia
de que a depressão responde bem ao tratamento
e que logo a pessoa deprimida poderia sentir-se
muito melhor.
Tranqüilize
as pessoas de quem você gosta dizendo que
ter depressão não é um sinal de “fraqueza”.
Saliente que a depressão é uma doença que
requer tratamento, como a pneumonia ou a
artrite, e que procurar um tratamento para
uma doença não é motivo para se envergonhar.
Se
você acha que um parente deprimido está
pensando em suicídio, não hesite em contatar
seu médico, um centro de saúde mental local
ou um centro de prevenção de crise de suicídio.
Conversas sobre suicídio sempre devem ser
levadas em conta.
UM
TESTE PARA IDENTIFICAR OS SINTOMAS
DE DEPRESSÃO
O
seguinte questionário, conhecido como “O
Questionário Wakefield” foi incluído aqui
para ajudá-lo a tornar-se mais familiarizado
com alguns sinais e sintomas de depressão
que você pode estar notando em si mesmo
ou em alguém que lhe é caro. Naturalmente,
somente um médico pode diagnosticar a depressão.
Você poderá mostrar este questionário aos
seus familiares e ajudá-los a ver se alguém
na família apresenta sintomas de depressão.
O questionário respondido pode ser mostrado
a um médico se isso torna mais fácil iniciar
uma conversa sobre depressão.
INSTRUÇÕES
O
questionário contém grupos de afirmações.
Leia cuidadosamente cada grupo; depois faça
um círculo no número em frente à resposta
que melhor descrever como você está se sentindo.
Certifique-se de escolher a resposta que
melhor descreva como você está se sentindo
agora, e não como estava se sentindo ou
como espera sentir-se no futuro.
A. Sinto-me
miserável e triste.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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B.
Acho fácil fazer
as coisas que eu costumava
fazer.
(0)
Sim, definitivamente
(1) Sim,
algumas vezes
(2)
Não,
não muito
(3) Não,
absolutamente
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C.
Fiquei com uma sensação
do medo ou pânico aparentemente
sem nenhuma razão.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
|
D.
Falo choramingando
ou tenho exatamente esta
impressão.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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E. Ainda aprecio as coisas que costumava
fazer.
(0)
Sim, definitivamente
(1) Sim,
algumas vezes
(2)
Não,
não muito
(3) Não,
absolutamente
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F.
Estou agitado e não consigo
permanecer quieto.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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G. Consigo
adormecer facilmente sem as
pílulas para dormir.
(0)
Sim, definitivamente
(1) Sim,
algumas vezes
(2)
Não,
não muito
(3) Não,
absolutamente
|
H.
Sinto-me ansioso quando
saio de casa sozinho.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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I. Perdi o interesse pelas coisas em
geral.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
|
J. Fico cansado sem motivo algum.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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K. Estou mais irritável do que o
usual.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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L. Acordo de madrugada
e depois durmo mal o resto
da noite.
(0)
Não, absolutamente
(1) Não, não
muito
(2) Sim, algumas
vezes
(3) Sim, definitivamente
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PONTOS
DO TESTE
Some
os números marcados com os círculos, de
todas as questões. Se os seus pontos somarem
15 ou acima, é recomendado que você mostre
o teste ao seu médico e solicite-lhe que
o avalie quanto a ser portador ou não de
depressão. Se a somatória dos pontos não
for alta, mas você suspeitar que está com
depressão, converse com seu médico. Algumas
pessoas com pontuação normal nos questionários
de avaliação de depressão estão, na realidade,
severamente deprimidas e beneficiam-se sobremaneira
de um programa de tratamento. E, muito importante—se
você vem desenvolvendo idéias de fazer mal
a si próprio ou a outras pessoas - fale
imediatamente com seu médico.
DEFININDO
A DEPRESSÃO
Atualmente
existem várias opções de tratamento eficazes
para depressão, e mais pessoas deprimidas
podem se beneficiar extraordinariamente
do tratamento. Escolher um programa de tratamento
correto é um processo individual que depende
não só da severidade da depressão, mas da
preferência da pessoa deprimida e opinião
profissional do médico. Algumas vezes, uma
combinação de tratamentos produz maior benefício.
Em qualquer caso, seu médico é a pessoa
certa a ser consultada para uma revisão
de todas as opções disponíveis e uma decisão
sobre o que é mais adequado para o familiar
deprimido. Vamos dar uma rápida olhada em
algumas das opções.
E
quanto
ao aconselhamento?
Aconselhamento
ou psicoterapia (também conhecida como “terapia
de exposição dos problemas”) pode ser muito
útil para algumas pessoas deprimidas. De
fato, para alguém que sofre de depressão
branda, o aconselhamento pode ser o único
tratamento necessário. Durante o aconselhamento,
o terapeuta e os pacientes discutem as experiências,
relacionamentos, eventos e sentimentos que
são importantes ao paciente, num esforço
para esclarecer as áreas de dificuldade
na vida da pessoa deprimida. Pelo fato da
depressão causar impacto na vida familiar,
a participação de toda a família pode ser
útil. Você poderá discutir essa opção com
seu médico. Alguns dos tipos mais comuns
de aconselhamento que têm demonstrado ser
úteis são conhecidos como psicoterapias
de apoio, cognitiva, comportamental, e interpessoal.
MEDICAMENTOS
ANTIDEPRESSIVOS SERÃO DE AJUDA?
Medicações
antidepressivas podem ser úteis na correção
dos desequilíbrios químicos que podem causar
depressão maior. Hoje existem várias e diferentes
opções para a escolha de antidepressivos.
De um modo geral, acredita-se que as medicações
antidepressivas atuem através de um mecanismo
que aumenta a oferta de neurotransmissores
no cérebro para restaurar o balanço químico.
As principais categorias de antidepressivos
incluem os inibidores seletivos da receptação
de serotonina (ISRSs), antidepressivos tricíclicos
(ATG), inibidores de monoamino-oxidase (IMAOs),
e vários outros antidepressivos mais recentes.Você
também já deve ter ouvido falar sobre o
lítio, que é usado principalmente para tratar
um tipo de depressão conhecida como ‘transtorno
maníaco-depressivo’. Esta condição está
associada com grandes alterações no estado
de humor, tanto acima (mania) como abaixo
(depressão) da variação normal de humor.
Você precisará conversar com o seu médico
para determinar que antidepressivo é o mais
adequado para o seu caso. Todas as medicações
produzem efeitos colaterais; se você achar
que os efeitos colaterais de qualquer medicação
são por demais inconvenientes, diga isso
ao seu médico. Ele poderá querer ajustar
a dose ou prescrever uma diferente medicação.
Terapia
eletro-convulsiva, ou terapia de ‘choque’,
pode ser extremamente útil em casos de depressão
severa. Embora possa parecer atemorizante,
a terapia eletro-convulsiva (ECT) não dói
e, na verdade, é mínimo o estresse causado
ao corpo. A maioria das pessoas, mesmo as
mais idosas, tolera muito bem este tipo
de terapia. A ECT geralmente age com bastante
rapidez, permitindo às pessoas retornarem
a uma vida mais produtiva quase que imediatamente
após a terapia.
A
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Você
pode achar que lidar com depressão é uma
das situações mais desafiantes que a sua
família já enfrentou. Entretanto, um período
como esse também representa uma excelente
oportunidade para todos os familiares chegarem
a uma melhor compreensão das suas próprias
forças e fraquezas e também as de cada um
dos membros, e de todos os fatores que favorecem
a integração das pessoas como um todo. Quando
uma família se une para ajudar um dos membros
a atravessar os tempos difíceis, o resultado
pode ser uma sensação maior de força para
toda a unidade familiar Lembre-se, o todo
é freqüentemente maior do que a soma de
suas partes. Trabalhando junto com outros
membros da família e seu médico, você pode
descobrir a luz no fim do túnel.
Distinguished
Senior Scientists
Dean Foundation for Health, Research
and Education, Middleton, WI
Clinical Professors of Psychiatry
University of Wisconsin Medical School, Madison,
WI
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