Rogéria
Cristina Castilho- Fisioterapeuta
Segundo
a organização mundial da Saúde (O.M.S), a reabilitação
de pacientes
cardíacos pode ser
definida como a soma de atividades necessárias para
assegurar as melhores condições físicas, sociais e mentais
possíveis de maneira que eles sejam capazes, por seus
próprios esforços de rotina e mais normalmente possível
ao seu lugar na comunidade e levar uma vida ativa produtiva.
Objetivos
de reabilitação cardiovascular
-
Aumentar a capacidade funcional aeróbica .
-
Possibilitar ao paciente o suporte emocional necessário
para melhor aceitação reconhecimento
do
comprometimento cardíaco.
-
Possibilitar a independência social e melhora da qualidade
de vida.
-
Prevenir, corrigir e ou conter fatores de risco coronariano.
Para
se alcançar os objetivos desejados é de suma importância
o condicionamento físico.
Condicionamento
físico refere-se ao estado de adaptação do organismo
em responder adequadamente a esforços físicos de diferentes
tipos, intensidades e duração de trabalho muscular.
No
condicionamento físico há princípios básicos a serem
respeitados:
-
Princípio
da sobrecarga (cargas adequadas para o paciente);
-
Princípio
da individualidade (respeitar sexo, idade condição prévia
do paciente e patologias).
Assistência
individualizada.
Princípio
da especificidade – exercícios específicos. Com cardiopatas,
trabalha-se com corpo todo aumentando sua resistência
(endurance).
Princípio
da reversibilidade. Manter sua regularidade das atividades
físicas, caso contrário perde-se o condicionamento físico
adequado.
Determinantes
do condicionamento físico
Intensidade:
A
intensidade não deve ser exaustiva, deve estar diretamente
relacionada com paciente .
Deve
ser de 60% a 85% da FC max (freqüência cardíaca máxima)
aproximadamente 45% a 80% do VO2 max.
Limiar
mínimo da carga para haver condicionamento é de 25%
a 50% do VO2 max
Duração:
Duração
de 15 minutos a 60 minutos, suficiente para estimular
a produção de energia predominantemente aeróbica.
Obs:
Em cardiopatas cada sessão de exercícios deve ser intercalada
com breve repouso de exercícios de menor intensidade
podendo atingir nível de esforço maior com menor fadiga.
Freqüência:
As
atividades físicas devem ser realizadas de três
a cinco vezes por semana.
Tipo
de exercício:
Aeróbico
(predominantemente aeróbico);
Contínuo;
Isotônico.
Condicionamento
físico e alterações no sistema cardiovascular
Em
repouso:
Diminuição da FC (freqüência cardíaca);
Aumento do volume sistólico;
Aumento da contractilidade miocárdica;
Hipotrofia cardíaca.
Durante
exercícios submáximos:
Diminuição da FC;
Aumento do volume sistólico;
Aumento da contractilidade miocárdica;
Aumento do tônus vagal;
Diminuição da diferença arteriovenosa;
Diminuição do duplo produto;
Pequena alteração no débito cardíaco.
Durante
exercícios máximos
Aumento do VO2 max;
Aumento do débito cardíaco;
Aumento do volume sistólico;
Nenhuma alteração ou baixa na Fcmax;
Aumento da diferença arteriovenosa.
Efeitos
da reabilitação cardiovascular no controle evolutivo
das diferentes variáveis.
Variável |
Efeito |
FC
repouso |
diminui |
FC
no esforço submáximo |
diminui |
PA
sistêmica |
diminui |
Tolerância
ao esforço |
aumenta
|
Fração
de HDL colesterol |
aumenta
|
Grau
de estresse |
diminui |
Tabagismo |
diminui
|
Estado
psicológico |
melhora |
Índice
de mortalidade |
diminui |
Capacidade
cardiorrespiratória |
aumenta |
Intensidade
da carga para o mesmo |
aumenta |
Duplo
produto |
aumenta |
Colesterol
sangüíneo |
diminui
|
Nível
de isquemia para carga semelhante |
diminui |
Efetividade
da vascularização miocárdica |
aumenta
|
Nível
de epinefrina e norepinefrina em repouso |
diminui |
Nível
de epinefrina e norepinefrina em exercício |
diminui |
Resposta
vasoconstritora |
diminui |
Resposta
simpática |
diminui |
Relacionamento
pessoal |
melhora |
Bibliografia:
McArdle,
Willian, Katch, Frank D e Katch Victor L. Fisiologia
do exercício: energia , nutrição e desempenho humano.
4 ed. Rio de Janeiro. Guanabara
koogan, 1998.683p.
Fardy.
PaulS. Reabilitação cardiovascular Aptidão
física do adulto e teste de esforço. Rio de janeiro.
Revinter,1998.
Coats,
Andrew J.S e GEE, Amaral .MMCI, Thompson, David R et.
Al. Normas de reabilitação cardíaca, Associação
Britânica.SP: Santos, 1997.
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