BREVE
MANUAL DO
PLANTONISTA INICIANTE
NA
RESIDÊNCIA MÉDICA
DE PSIQUIATRIA
Adaptado
por Paulo F. M. Nicolau
Ex - Coordenador da Residência
Médica em Psiquiatria
Artigo:
P
R E C O N C E I T O
Todos
gritamos contra o preconceito,
mas nenhum de nós está livre dele.
Para
refletirmos um pouco sobre o
assunto vamos tentar defini-lo
como sendo uma atitude favorável
ou desfavorável, em relação
a qualquer objeto, pessoa ou
situação. É resultado da ausência
de informação suficiente, resistindo
à informação objetiva (pre do
latim prae: prefixo de anterioridade,
preexistir), (conceptu do latim
concipere: reunir, aprender
de conjunto).
Conceito
é definido como
“a construção simbólica
do espírito que além dos dados
sensoriais, tenta alcançar a
essência dos objetos agrupando-os
num mesmo conjunto” .
É a redução do múltiplo
à unidade, que nos faz apreender
em um só ato do pensamento uma
quantidade infinita de objetos,
os quais guardam entre si algo
semelhante.
É uma generalização,
uma reunião de traços diversos,
integrados pelo estabelecimento
de relações possíveis.
Um
conceito é a soma de idéias
que uma
pessoa tem a respeito
de qualquer coisa, pessoa ou
processo.
Vão desde idéias simples
até abstrações em alto nível.
Os conceitos representam
o conteúdo significativo de
determinadas palavras, porém
as
palavras não são os
conceitos, mas unicamente
os signos, os símbolos das significações.
Do mesmo modo não se
deve confundir conceito com
o objeto, senão simplesmente
seu correlato intencional.
O
preconceito é um conceito ou
opinião formada antecipadamente,
sem maior ponderação ou conhecimento
dos fatos.
São idéias concebidas
de antemão, levando a julgamentos
ou opiniões sem considerar o
fato que o conteste.
As
opiniões fundadas em preconceitos
são quase sempre sustentadas
com maior violência e
são inúmeros os exemplos destes
atos de barbárie, quer relacionados
a crendices, religiões, aversões
a outras raças, intolerância
a comportamentos de grupos minoritários,
ódio irracional, etc...
O exemplo mais marcante e atual
é o preconceito contra os portadores
da AIDS, que levam a pessoa
a uma morte social que precede
a morte física.
A
natureza não fabrica pessoas.
A pessoa é uma concepção da
cultura e produto do homem na
sua relação com o outro.
O preconceito é por sua
vez, a demonstração irrecusável
de que cada um de nós tem em
si a herança da cultura recebida.
Segundo
Maquiavel os preconceitos têm
mais raízes do que os princípios.
O
caminho do espírito humano é
lento e o progresso social é
conseqüência do progresso individual
somente compreendendo a nós
mesmos conseguiremos melhor
aperfeiçoamento pessoal;
“ só os grandes sábios
e os grandes ignorantes são
imutáveis ”
(Confúcio).
Costuma-se
fazer a distinção entre o conceito
(preconceito) como entidade
lógica, nexo intelectual relacionado
aos elementos objetivos da realidade,
idêntico para todos os indivíduos,
pois se trata de uma associação
consciente.
O conceito como entidade
psicológica, afetiva, cujo nexo
é o nível instintivo, uma associação
inconsciente, relacionada às
emoções que levam à formação
de um
“juízo de valor ”, que
precede e interfere no juízo
de realidade, portanto interferindo
na expressão do comportamento
e nas relações da pessoa na
Sociedade.
Como
tentar evitar a ação malévola
dos preconceitos nos nossos
relacionamentos?
Superar a nós mesmos
- este é o grande desafio. Questão
difícil !
Mesmo o próprio Einstein
que chegou a
dizer
“ Época triste é a nossa
em que é mais difícil quebrar
um preconceito do que um átomo”.
Para
que possamos tornar o mundo
um pouco melhor é preciso que
nos libertemos, pois só com
respeito e amor ao próximo conseguiremos
nos aperfeiçoar a cada dia
deixando um legado melhor
e mais saudável para nossos
descendentes. Citaremos Augusto
Comte ao expressar sua fórmula
dinâmica
“ Agir por afeição e
pensar para agir ” , talvez
assim consigamos um pouco mais
a harmonia social que todos
buscamos.
Paulo
Fernando M. Nicolau, Prof.
Responsável pelas
Disciplinas de Psicologia
Médica e Psiquiatria
no Curso de
Medicina da UNOESTE.
BREVE
MANUAL
DO
PLANTONISTA
INICIANTE
NA
RESIDÊNCIA
MÉDICA
DE
PSIQUIATRIA
Neste
resumo, destacamos algumas atitudes
e cuidados que o residente deve
ter ao iniciar suas atividades
profissionais, especialmente
os plantões médicos. Estes
cuidados foram baseados em nossa
experiência e poderão proporcionar
mais segurança ao seu dia-a-dia,
expondo-o, assim como aos seus
pacientes, a um menor risco.
Lembre-se
sempre de que apesar do empenho
para garantir a validade das
informações utilizadas devemos
reconhecer a ocorrência de eventuais
erros. Segundo a
premissa que: exercemos a prática
médica baseados nas informações
prestadas pelos pacientes, devemos
nos assegurar através
de técnicas de entrevista, que
as mesmas sejam válidas e precisas,
e que foi empregado um processo
razoável de tomada de decisões.
A medicina não é uma
ciência exata; antes, opera
com probabilidades.
É uma ciência que envolve
incertezas.
Por fim,
as pessoas envolvidas nas
decisões médicas devem assumir a responsabilidade por seus atos.
O
que você deve fazer?
Não
existe um modelo único , pois
cada situação é uma nova situação
com novas variáveis com outro
universo mas algumas premissas
devemos ter em mente para
nos ajudar nas decisões. Conceitos
esses, repensados para a época
em que vivemos. Portanto, sugerimos
inicialmente, reflexão
sobre os seguinte cenários :
O
paradigma médico tradicional:
1-
A experiência clínica
individual fornece a base para
o diagnóstico,
tratamento e prognóstico.
A medida da autoridade
é proporcional à experiência
do indivíduo.
2-
A fisiopatologia fornece
a base para a prática clínica.
3-
O treinamento médico
tradicional e o bom senso são
suficientes para capacitar o
médico a avaliar novos testes
e tratamentos.
4-
A experiência clínica
e a perícia em uma determinada
área de conhecimento são suficientes
para que o médico desenvolva
parâmetros de prática clínica.
Paradigmas
da
medicina
atual
pressupostos:
1-
Quando possível, os médicos
usam informações provenientes
de estudos sistemáticos, reprodutíveis
e sem tendenciosidade, de forma
a aumentar sua confiança no
prognóstico verdadeiro, na eficácia
da terapia e da utilidade de
testes diagnósticos.
2-
A compreensão da fisiopatologia
é necessária, mas insuficiente
para a prática clínica.
3-
A compreensão de determinadas
regras de evidências é necessária
para avaliar e aplicar de forma
efetiva a literatura médica.
Embora,
na verdade, a única e real proteção
seja a de Deus, nosso Senhor.
01-
Conheça com antecedência
todo o espaço físico do local
onde você vai atuar como plantonista,
indo antes, uma ou mais vezes
ao local;
02-
Conheça as limitações
do Serviço, isto é, o que a
estrutura permite que você atenda,
quais os recursos disponíveis,
o que você pode ou não fazer
;
03-
Conheça detalhadamente
todos os impressos que deverão
ser preenchidos por você. Saiba
quais impressos serão preenchidos
pelos demais elementos do grupo
como, por exemplo: recepção,
enfermagem, etc. Solicite à
equipe que todos os papéis sejam
corretamente preenchidos. Rapidamente
saberão que você gosta e exige
que as tarefas sejam bem feitas.
Desta forma evitará fazer o
seu serviço novamente em função
da displicência alheia;
04-
Pense
no que vai escrever e como vai
fazê-lo para que os fatos fiquem
corretamente dimensionados e
não possam ser interpretados
de maneira prejudicial. Para isso é necessário escolher com precisão as palavras que,
além de claras, devem ser sucintas
e expressar a situação em toda
a dimensão pretendida. Afinal
você está escrevendo para outras
pessoas entenderem e não para
si mesmo – está escrevendo o
registro do seu trabalho, portanto,
está discorrendo a qualidade
do que
fez ou deixou de fazer
e ao mesmo tempo justificando
o porquê de cada ato.
Isto pode ser de grande
valia para você, para seus colegas
e para a Instituição, valendo
o inverso caso não o faça de
maneira adequada;
05- Saiba quais as medicações e equipamentos estão disponíveis e
em que locais,
quem tem acesso a estes
e quais dúvidas você tem em
relação aos mesmos.
Se preciso,
faça pessoalmente as
verificações necessárias e dirija-se
diretamente ao responsável para
os esclarecimentos ou as reivindicações
necessárias, evitando o famoso
“disse me disse”,
ou ainda ser o(a)
garoto(a) de recados
(na verdade o “vetor” da doença
do grupo) ;
06-
Conheça antecipadamente quais
as principais patologias que
o Serviço atende e quais os
procedimentos de rotina dos
colegas;
07-
Converse com o responsável
pelo seu serviço médico, saiba
o que ele pensa, converse
com os colegas, saiba distinguir
os fatos reais e as impressões
subjetivas de cada um antes
de formular seus próprios
juízos de valores;
08-
Procure com o tempo
formular os seus próprios
juízos de
valores ;
09-
Veja as sugestões construtivas
que você pode e deve fazer
e lembre-se: a omissão é tão
grave quanto uma ação inadequada;
10-
Não se esqueça que
críticas construtivas e técnicas
são sempre desejadas por quem
trabalha seriamente;
11-
O bom colega é aquele
que avisa sempre, mas
antes! É o que alerta, que se preocupa com o que pode acontecer
ao paciente e a você.
E
não
aquele que parece ter
gosto ao dizer:-
“bem que eu estava
achando que
não ia dar certo !
Não te avisei ?“ ;
12-
Só existe uma maneira
de você acabar com uma rivalidade:
transforme o rival em um amigo.
Procure agir
com esta pessoa de
maneira oposta à dele, se
possível corresponda procurando
sempre agir com lealdade,
alertando-o de possíveis situações
indesejáveis – esta pessoa
vai sentir como é bom ter
um companheiro(a) confiável
13-
Só o espírito de Equipe
constrói -
“andorinha sozinha
não faz verão”
14-
Evite, em suas atividades
profissionais, conversas paralelas,
principalmente perto de pacientes,
familiares ou outros funcionários
da Instituição. Você poderá
ser mal interpretado e gerar
mal estares; suas energias e decisões devem ser direcionados para a pessoas mais importante o paciente e sua segurança
15-
A atitude profissional
é algo que se apreende fazendo
; se você está de plantão é porque pessoas precisam de seus cuidados, e atenção se foi chamado para ver um paciente, vá ver o paciente.
16-
Leia atentamente as
observações das pastas de
enfermagem, assim como os
relatórios diários ;
17-
Percorra todas as enfermarias
e observe os pacientes que
dependem de você.
Perceba o quanto uma
observação atenta traz de
informações permitindo
que se situe, se intere ;
18-
Lembre-se do Perigo: você é um
profissional que precisa estar
com os pés no chão. Não seja
inocente a ponto de achar
que o plantão está tranqüilo,
que nada tem a ser feito. Afinal, ninguém está internado por nada.
Ninguém está ali repousando
num SPA, portanto acorde! "Espere ficar na linha de fogo algumas vezes", procure avaliar as diversas situações possíveis do ambiente e assim prevenir o perigo protegendo as demais pessoas e a si mesmo,
(só assim você poderá relaxar
para aproveitar um pouco do
tempo disponível - para ler
aquele artigo pendente,
colocar em dia uma
tarefa, tirar aquele cochilo
ou simplesmente ouvir música);
19-
Obrigatoriamente ao
assumir um plantão, você deverá
inteirar-se com o colega médico
que o está deixando sobre
todos os casos “complicados”
ou mais graves e assim dar
especial atenção em sua visita
a esses casos e fazer por
escrito as suas observações,
inclusive no relatório geral
do plantão;
20-
Não deixe para fazer
isto depois, pois o reconhecimento
do “terreno”
é fundamental antes
de assumir a responsabilidade
sobre tudo o que vai ocorrer
daí para frente. “É como sair
em viagem em um carro em que
você não sabe as condições
do motor, pneus, se está abastecido
ou não, sem mapa e sem rumo”
;
21- Procure saber também
onde estão os equipamentos
que possivelmente poderá
utilizar como ressuscitador,
cânulas, etc.;
22-
Saiba quais são as
principais rotinas e as normas
das auxiliares mais próximas; inclusive onde procurar ajuda e como contactar colegas que possam dar suporte em uma emergência (tenha os telefones em mãos).
23-
Procure ser simpático(a)
e educado(a) deixando claro
que a sua acessibilidade não
implica em displicência ou
tolerância com atitudes inadequadas;
24-
Lembre-se de que sozinho
você pouco pode fazer e que,
eventualmente, da posição
destes profissionais ou do
testemunho destes, depende
a sua própria segurança.
Cortesia sem subserviência,
postura sem arrogância ;
25-
Prepare-se física e
mentalmente para as atividades
que vai assumir como um atleta
para a competição.
Você
tem que estar descansado,
alimentado, tranqüilo, procurando
administrar sua vida particular
(namoro, negócios) para que
fique concentrado nas
atividades a que se
propôs.
Você é um profissional,
portanto aja como tal ;
26-
Tenha o seu próprio
material de uso íntimo, ex:
estetoscópio e toalhas; lave
sempre as mãos, não sente-se
em camas e macas. Basta uma
passadinha de mão descuidada,
para você ficar doente ou
arrumar uma grande confusão
;
27-
Cuide da própria saúde.
Trata-se de obrigação profissional
– tanto quanto cuidar da saúde
de seus pacientes - educar
através do exemplo os outros
profissionais com quem trabalha
;
28-
Para descansar procure
seu alojamento ou local adequado
para sua privacidade, mas
certifique-se antes,
que o acesso da recepção
ou da enfermagem esteja adequado.
Teste, faça com que esta pessoa
se comunique, evitando alegações
como: “mas doutor eu chamei
e o Sr. não ouviu” ou “o interfone
não estava funcionando”, pois
a responsabilidade final
é sua ;
29- Não
se exponha, procure ter uma
roupa de reserva, evite
aparecer amarrotado, sonolento
– você confiaria a sua vida
a um motorista assim?
Certamente o seu paciente
também não.
“A
aparência também é importante,
assim como sua postura” .
“Respeite para ser
respeitado(a)” ;
30-
Nunca fique constrangido(a)
em perguntar o que não sabe.
Divida, investigue, comparti-lhe
– lembre-se: segurança em
primeiro lugar,
ninguém nasce sabendo
e ninguém sabe tudo – só os
tolos e ignorantes são onipotentes
;
31-
Você tem o privilégio
de aprender e tem a obrigação
de transmitir adequadamente
seus conhecimentos.
Ensine e aprenda sempre
com os próprios pacientes
e demais membros da Equipe
;
32-
Atenda sem pressa,
fazendo do atendimento um
relacionamento agradável para
a família e para você mesmo,
afinal, está fazendo o que
sempre almejou: ser médico.
Experimente, veja que
tudo muda, conheça a fundo
o seu paciente ;
33-
Cheque as informações
fornecidas. Não “embarque”
nas mesmas “viagens” emocionais
daqueles que aflitos transmitem
suas impressões subjetivas,
e que de alguma forma podem
acabar envolvendo-o(a) em
seus dramas pessoais.
Fique atento(a) as
suas próprias emoções.
Não se trata de desconfiar
ou confiar. O profissional
precisa dos elementos da realidade
para poder trabalhar, deve
agir como pesquisador de fatos.
Para isso é necessário clareza
do próprio papel, sem que
com isso assuma o papel de
investigador policial;
34-
Entreviste mais de
um membro da família e sempre
que possível entreviste todos
os que estão acompanhando
o paciente.
Escute a versão de
cada um e o porquê de estarem
ali.
Observe e sinta os
envolvimentos emocionais,
até onde os fatos obtidos
correspondem aos acontecimentos
da realidade;
35-
Confira os parentescos
e os vínculos reais, até que
ponto o primo é primo
mesmo ou a tia é tia
mesmo, etc. , se o vínculo
é afetivo ou familiar.
Às vezes, um amigo(a)
pode informar mais sobre as
condições de vida atual e
acontecimentos recentes do
paciente que um familiar,
no entanto, o levantamento
da história hereditária pode
ficar comprometido ;
36-
Evidentemente você
precisa aprender a administrar
o tempo.
Em algum momento
o plantão entra em
ebulição .
Neste momento não se
atocaie no consultório ou
na sala, saia pela recepção,
observe o geral – se observar
atentamente perceberá os casos
mais graves.
Administre, comunique-se
com os que estão aguardando.
Peça e faça o que todos
esperam – atenda estes casos
com a cumplicidade dos demais
- assim todos ficarão mais
aliviados e você poderá atender
aos outros pacientes com mais
calma;
37-
Escreva tudo, principalmente
o que não pode conseguir,
ou as condições em que o caso
se encontra na chegada.
Lembre-se: este é o momento
da contratação do seu serviço.
Tudo o que você fizer ou deixar
de fazer sem clareza neste
momento se tornará sua responsabilidade
;
38-
Faça todas as recomendações
aos pacientes ambulatoriais
em duas vias, peça a contra-fé
na sua via e guarde-a com
carinho no prontuário ;
39-
Todos os detalhes são
de extrema importância.
Tudo o que não fizer
neste momento implica em trabalho
triplicado depois, ou seja,
vai sobrar para alguém ou
para você mesmo;
40-
Observe, sempre que
puder, a preparação da medicação,
como a enfermagem a manipula.
Observe quem tem maior
habilidade para auxiliá-lo
em circunstâncias críticas.
Verifique os nomes comerciais
e
os laboratórios destes
produtos, pois existem incipientes
diferentes com maior ou menor
solubilidade e utilizados
em volumes maiores
ou menores em cada frasco.
Por exemplo, a mesma substância
pode ter duas
apresentações para
a mesma dosagem: 10mg de diazepan
podem ser encontrados em frascos
de
2 e de 5 ml ;
41-
Lembre-se também, tudo
o que é injetado na veia age
imediatamente, não é possível
fazer qualquer interrupção,
por isso, se a mesma substância
puder ser aplicada por
via intra-muscular,
ou melhor ainda, por
via oral, é preferível.
Na grande maioria das vezes,
30 minutos a mais não farão
diferença e proporcionarão
maior segurança para o paciente
e para você mesmo.
Supervisione todo medicamento
aplicado por via endovenosa,
procurando sempre os vasos
de maior calibre, adequados
para as devidas intervenções
;
42-
Tenha total conhecimento
dos fármacos que você está
utilizando. O conhecimento
das interações medicamentosas
é imprescindível, por isso,
tenha tudo isto anotado e
não se canse de rever
e
atualizar
as
informações. Só faça o que sabe, e sobre o que você tiver dúvidas:
pergunte.
Pergunte sempre!;
43-
Ao dar início ao atendimento
médico, aguarde o paciente
em pé, aperte-lhe a mão com
firmeza e a de todos que o
acompanham. Pergunte se tem
mais alguém com ele e peça
para entrar, (isto é fundamental)
pois, quase sempre aquele
que ficou para trás é o que
vai opinar ou criticar a conduta
e já tem uma opinião negativa
formada(desfaça esse jogo);
44-
Pergunte ao paciente
se quer ficar a sós. Converse
sempre que possível primeiramente
com ele. Faça-o perceber que
o sentido deste ato é o bem
estar dele. Os acompanhantes
que ali estão devem participar
todos, já que não foram ali
por mero acaso. Lembre-se:
nada é sem motivo.
Deixe um espaço para orientá-los
se for necessário sem a presença
do paciente, mas com a permissão
deste. Durante todo
o tratamento, os familiares
bem informados e envolvidos
neste, são aliados, enquanto
os deixados de lado tornam-se
opositores, críticos ou mesmo
futuros autores de processos
;
45-
Pergunte sempre se
entenderam as orientações
e a letra. Quando necessário
solicite que repitam as recomendações.
Se necessário, dê a eles por
escrito o encaminhamento e
o dia do retorno, com a contra-fé
dos mesmos ;
46-
Explique os efeitos
colaterais dos medicamentos
para que não se surpreendam
e para que saibam o que os
espera, ao contrário do que
se imagina isto aumenta a
confiança. Fale da bula, explique que ao lerem saberão o que está exposto
e a importância no
caso de cada um. Isto minimizará
o impacto ou temores que eventualmente
poderão sentir ao lerem as
mesmas.
Quando o caso permitir,
isto é, substância x caso
clínico, inicie as doses aumentando-as
gradativamente, dando tempo
ao paciente de se ajustar
aos efeitos colaterais, ex:
anti-depressivos, neurolépticos,
etc. ;
47-
Lembre-se: paciente
bem informado é igual a paciente
seguro e corresponde a médico
tranqüilo.
48-
Todo aprendizado ocorre
quando reconhecemos a nossa
ignorância e procuramos minimizá-la
nos informando.
A má informação é mais
desesperadora que a não informação,
no entanto, você deve saber
com quem se informar ou onde
se informar ;
49-
Você é responsável
pelo seu próprio conhecimento
!
Nem tudo o que você
ouve corresponde à realidade
50-
Confie mais naquele
que está no mesmo “barco”
e pode
afundar com você ;
51-
Nunca queira fazer
mais do que o bom senso recomenda.
Não queira assumir
todos os plantões para ficar
livre depois ou pagar contas
das prestações que assumiu;
52-
Respeite-se, salvo
situações excepcionais, procure
descansar o suficiente entre
os plantões – não queira quebrar
aquele “galho”, pois poderá
“se quebrar”, já que o cansaço
ou a sonolência decorrente
da falta de sono aumenta muito
os riscos ;
53-
Pratique esportes no
tempo livre ou mesmo no seu
alojamento, fazendo algumas
ginásticas simples ;
54-
Evite alimentos indigestos,
guloseimas ou alimentos fermentados
– (já imaginou cólicas e diarréia
durante um atendimento?)
Cuide da alimentação,
não fume e não faça uso de
bebidas alcoólicas.
Você precisa cuidar
de si e certamente terá melhores
recursos para cuidar de seus
pacientes.
Você confiaria
em alguém com o hálito
alcoólico para
atendê-lo?
55-
Se você não cuida da própria
saúde, como é que cuidará
da saúde dos outros
56-
Se precisar consulte
um médico em quem confia e
siga rigorosamente a prescrição
e orientação deste, assim
como você deseja que seu paciente
o faça ;
57-
Respeitar é confiar,
enfim, aja como gostaria que
agissem com você ; trate o paciente como se fosse o pessoa mais importante que você conhece.
58-
Colocar-se sempre na
posição do outro, é o que
se deve fazer constantemente
no exercício da prática médica.
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